A 24ª FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), recebeu na noite de quinta-feira (21), o jornalista Milton Jung, âncora da rádio CBN; e Leny Kyrillos, fonoaudióloga especialista em voz e colunista da CBN; para uma conversa dinâmica e informativa sobre a comunicação em diferentes recortes. Com mediação do jornalista Marcos Felipe, os convidados falaram sobre ética, cidadania, comunicação empresarial e intergeracional, novos desafios da linguagem jornalística, o papel da escuta ativa, projeções sobre as mudanças que a IA (Inteligência Artificial) traz às diversas formas de comunicação, e sobre o livro como principal plataforma de desenvolvimento humano.
Com 41 anos de carreira, Milton Jung destacou as mudanças contínuas que tem vivenciado na forma de levar a comunicação às pessoas e, também, na forma como as pessoas recebem a comunicação. “Especialmente com a chegada da internet, experimentamos muitas mudanças na prática diária do jornalismo”, comentou Jung. Leny – que está há 25 anos na rádio CBN -, destacou as adaptações que os profissionais de rádio e televisão precisaram empenhar em nome de uma comunicação mais assertiva e mais efetiva. “Os jornalistas de rádio e tevê tiveram que se reinventar em relação às mudanças na linguagem utilizada por esses veículos ao longo do tempo. Especialmente porque a linguagem escrita é muito diferente da linguagem oral”, ressaltou a fonoaudióloga.

Comunicação e liderança
Além de ancorar o Jornal da CBN há 14 anos, Milton Jung também é apresentador do programa Mundo Corporativo, na mesma emissora, em que recebe gestores empresariais para falar de negócios, inovação, liderança e cultura organizacional. Essa experiência revelou ao jornalista tanto a evolução no vocabulário corporativo como o declínio do modelo comando-controle de liderança, com tudo passando pela importância da comunicação. Para Leny Kyrillos, que é coautora com Jung da edição ampliada do livro “Escute, Expresse e Fale!”, as competências de comunicação tornaram-se essenciais para as relações humanas e são fundamentais no mundo executivo.
“O modelo comando-controle não é mais sustentável, especialmente após a pandemia, principalmente em função da saúde mental. De lá pra cá, as relações de trabalho passaram a exigir posturas e tratamentos mais humanizados e lideranças mais acolhedoras. E sem uma comunicação afinada, isso não é possível”, pontuou Kyrillos. “Pesquisas mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e é urgente o olhar mais atento para a humanização nas relações de trabalho”, completou a colunista da CBN.
Outro recorte abordado pelos conferencistas foi o desafio que envolve a comunicação intergeracional. “Comunicação é a ação de tornar comum, e a forma de fazer isso na diversidade geracional é um desafio para os líderes e gestores organizacionais”, destacou Leny Kyrillos. Para ela, a diversidade traz resultados muito positivos e torna as relações de trabalho mais interessante com a valorização de pessoas mais velhas nas empresas e corporações, junto com os jovens que nasceram com a internet. “Porém, especialmente para liderar a geração Z, os gestores precisam ter muita coerência entre o que falam e o que fazem, além de solidez na forma de se posicionar. Tudo isso é comunicação”, enfatizou.
Erros na comunicação
Na visão do jornalista Milton Jung, é grande o campo de melhorias a serem buscadas nos processos de comunicação e a escuta ativa é a espinha dorsal nisso. “A todo instante temos que buscar formas mais acessíveis de chegar às pessoas. É um movimento contínuo. Nesse cenário, um erro muito comum é a falta da escuta ativa, tanto na comunicação profissional, como na corporativa e nas relações humanas de modo geral. A dificuldade e a falta de habilidade para escutar o outro geram falhas importantes na comunicação. Por outro lado, ter a escuta ativa afiada amplia os espaços de liberdade”, reforçou o apresentador do Jornal da CBN.
Leny Kyrillos chamou ainda a atenção do público para o fato de que a escuta ativa representa mais de 50% de acerto para uma boa comunicação. “Em comunicação não existe o óbvio, o pressuposto de que o outro nos entendeu corretamente. Para ser efetiva, a comunicação precisa ser simples, direta e afetiva, compondo a ação de mostrar ao outro nosso desejo de encurtar as distâncias”, disse Leny. “É preciso abrir a escuta para entender. Sem isso, se perde a chance de crescer”, emendou Milton Jung.
Livros, IA e futuro do jornalismo
O último tópico abordado na conferência foi a revolução trazida pela IA (Inteligência Artificial) ao universo da comunicação jornalística. Para Milton e Leny, há mais pontos positivos que negativos nesse processo e não é preciso temer a novidade. “Temos que mudar a ideia do isso menos aquilo na relação entre IA e humanos porque não são excludentes. Vamos aprender a fazer coisas e a melhorar nossa comunicação porque a IA é uma ferramenta que, essencialmente, exige boa capacidade de fazer perguntas”, refletiu Jung. “A IA não vai nos substituir. A substituição será entre os humanos que dominam essa ferramenta e os que não dominam”, acrescentou Keny Kyrillos.
Os conferencistas encerraram sua participação na 24ª FIL destacando a importância da consciência sobre os sinais emitidos pela comunicação em todas as relações humanas. “A comunicação está presente em todos os momentos e situações da vida e é importante saber se comunicar bem, sem esquecer as subjetividades envolvidas nesse processo”, alertou a fonoaudióloga Leny. Milton Jung se despediu lembrando que “o limite da nossa linguagem nos limita no mundo. A atividade contou com apoio do Grupo EP, do Sesc e rádio CBN Ribeirão Preto.
A programação completa da FIL 2025 está disponível no site da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto: www.fundacaodolivroeleiturarp.com. A realização da FIL conta com a parceria da Prefeitura Municipal por meio das Secretarias de Governo, Casa Civil, Educação, Cultura e Turismo, Infraestrutura, Meio Ambiente, Esportes, Fiscalização Geral e Saerp; do Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria Estadual da Cultura, Economia e Indústrias Criativas, Sesc e Senac.
Sobre a FIL
A FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto) consagrou-se como um dos maiores eventos culturais do país e tornou-se internacional em 2020. Possui 25 anos de história e realiza neste ano a sua 24ª edição. A cada ano, a programação reúne autores, artistas, intelectuais, educadores, estudantes e participantes de diversas localidades. Todas as atividades são gratuitas e abertas à população, o que consolida o objetivo primordial de fomentar a leitura e de contribuir para ampliar os números de leitores do país. Em 2024, o evento registrou público de 250 mil pessoas, presença de 260 escritores e mais de 400 atividades realizadas. O impacto na economia de Ribeirão Preto foi da ordem de R$ 5 milhões.
Patrocínio Diamante: Usina Alta Mogiana
Patrocínio Ouro: GS Inima Ambient
Patrocínio Prata: Necta Gás Natural e Savegnago
Patrocínio: Apis Flora, AZ Tintas, Caldema, Caseli Tracan, Engemasa, RibeirãoShopping, Riberfoods, Pedra Agroindustrial S/A e TMA Máquinas.
Instituição Cultural: Sesc e Senac
Apoio Cultural: ACI-RP, Automotiva Cestari, Lopes Material Rodante, Macopema, Monreale Hotel, Santiago e Cintra Geotecnologias, Grupo Suprir, Tonin Superatacado e Santa Helena.
Apoio Institucional: Fundação Dom Pedro II, Theatro Pedro II, Biblioteca Sinhá Junqueira, CUFA Ribeirão Preto, Ong Arco-Íris, Coletivo Abayomi, A9 – Água Alcalina, Alma (Academia Livre de Música e Arte), IPCIC – Instituto Paulista de Cidades e Identidades Culturais, Casa Grafite Comunicação e Cultura, Diretoria de Ensino de Ribeirão Preto, ETEC José Martimiano da Silva, Educandário, Sesi, Centro Universitário Barão de Mauá, Centro Universitário Moura Lacerda, Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), Faculdade Metropolitana, Adevirp, Fundação Dorina Nowill Para Cegos, Ann Sullivan do Brasil, Associação de Surdos de Ribeirão Preto, Caeerp, Dr. Cãopaixão – Projeto Cães de Terapia, Fada, RibDown, NeuroRib, Conventions & Visitors Bureau, Painew, Verbo Nostro Comunicação Planejada, Film Commission da Região Metropolitana de Ribeirão Preto, Instituto do Livro, RPMobi, Coderp, Guarda Civil Municipal e Polícia Militar.
Mais informações:
www.fundacaodolivroeleiturarp.com
Instagram: @fundacaolivrorp
Facebook: @fundacaodolivroeleiturarp
YouTube: /FeiraDoLivroRibeirao
Twitter: @FundacaoLivroRP
Sobre a Fundação
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos, responsável pela realização da Feira Internacional do Livro da cidade, hoje considerada a segunda maior feira a céu aberto do país e também por feiras em municípios do interior paulista. Com trajetória sólida, projeção nacional e agora internacional, a entidade estabeleceu sua experiência no setor cultural e, atualmente, além da feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura, com calendário de atividades durante todo o ano. A Fundação do Livro e Leitura se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.
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