Perda de olfato pode ser sintoma de Alzheimer

No Brasil, cerca de 1,8 milhão de pessoas sofrem do mal de Alzheimer, segundo dados de 2024 do Relatório Nacional sobre a Demência, do Ministério da Saúde, que aponta também que a previsão é que este número aumente significativamente até 2050, podendo atingir 5,7 milhões de casos. As projeções indicam um aumento significativo no número de casos, o que reforça a necessidade de conscientização, diagnóstico precoce e preparação do sistema de saúde para a crescente demanda.

Diante destes números, a otorrinolaringologista Juliana Caixeta aproveita o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, celebrado em 21 de setembro, para alertar que a perda de olfato pode ser um sintoma precoce do Alzheimer. “Existem alguns estudos com animais mostrando que existe uma relação entre o Alzheimer e a perda do olfato. Quando essa pesquisa foi realizada em humanos, esse achado foi confirmado: quanto mais precoce e severa a perda de olfato, maior a chance do indivíduo ter Alzheimer”, destaca a médica.

Pesquisas internacionais desenvolvidas em várias partes do mundo reforçam que alterações no olfato podem ser um dos primeiros sinais da doença de Alzheimer. Segundo um estudo recente publicado na revista Nature Communications, essas mudanças aparecem antes mesmo dos sintomas de memória ou confusão mental.

A disfunção do olfato pode ser um dos primeiros sintomas da Doença de Alzheimer, manifestando-se antes de problemas de memória. Essa perda de capacidade de identificar odores é um marcador importante, pois as áreas do cérebro afetadas pela doença são as mesmas que controlam o olfato.

Segundo os pesquisadores, a perda de olfato pode ser um sinal sensorial precoce e subestimado da doença de Alzheimer, com potencial para se tornar um marcador importante de diagnóstico. Com isso, no futuro, testes de olfato podem ajudar a identificar a doença muito antes do aparecimento dos sintomas clássicos, aumentando as chances de um tratamento antes do avanço da doença.

Diagnóstico precoce

A médica Juliana Caixeta explica que a identificação da perda do olfato pode ser útil em quadros iniciais da doença. “Na prática, o diagnóstico do Alzheimer continua sendo clínico e baseado em sintomas e o teste olfatório não entra como um dos critérios. Entretanto, ele pode ser útil, principalmente em pacientes com quadros iniciais, para que a vigilância sobre os sintomas seja mais rigorosa”, afirma Juliana Caixeta.

No caso da identificação do mal de Alzheimer, Juliana Caixeta afirma que o “o otorrinolaringologista é um parceiro do neurologista no acompanhamento desses pacientes, podendo auxiliar tanto no diagnóstico como no diagnóstico diferencial”. A avaliação do olfato é uma prática recomendada pela Academia Americana de Neurologia e pode ajudar a prever o declínio cognitivo associado à doença, tornando-se uma ferramenta de diagnóstico precoce.

Entretanto a médica completa explicando que “o teste do olfato, por si só, não é o único determinante para o Alzheimer, mas pode servir de alerta para que o paciente e seus familiares procurem ajudar não só para o tratamento do olfato, mas também, para o acompanhamento neurológico”.

Independentemente de ser um sinal ou não de Alzheimer, a otorrinolaringologista salienta que é necessário se atentar para a perda do olfato, até por questões de segurança. “Vale lembrar que o olfato é necessário para a segurança do indivíduo, pois permite identificar fumaça, vazamento de gás ou um alimento estragado. A pessoa com perda de olfato pode por sua saúde em risco e precisa ser reabilitada, quando possível”, alerta.

Celebração

Em 21 de setembro, comemora-se o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e também o Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer no Brasil. A data tem como objetivo divulgar informações sobre a doença, seus sintomas, tratamentos e a importância do apoio a pacientes e familiares. A data foi instituída pela Associação Internacional do Alzheimer para fortalecer a divulgação sobre a doença. No Brasil, a Lei 11.736/2008 instituiu a data nacional.

A data tem por objetivo informar o público em geral sobre a doença, que é o tipo mais comum de demência; divulgar informações sobre os sintomas iniciais, que podem ser imperceptíveis, como dificuldade em completar tarefas, alterações de humor e problemas de memória; enfatizar a importância da participação de familiares e amigos nos cuidados com os pacientes; e combater o estigma associado à doença, promovendo a inclusão e o cuidado integral das pessoas com demência.

Serviço
Dia Mundial da Doença de Alzheimer

Pauta: Perda de olfato pode ser sintoma de Alzheimer
Fonte especialista: médica otorrinolaringologista Juliana Caixeta


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