Recentemente, foi emitida a tão aguardada Diretriz Nacional sobre Ocupações Destinadas a Garagens e Locais com Sistemas de Alimentação de Veículos Elétricos (SAVE). O documento estabelece parâmetros mínimos de segurança contra incêndio e controle de riscos em estacionamentos e áreas que contam com carregadores de veículos elétricos, trazendo diretrizes modernas e alinhadas com a ciência do fogo.
A medida busca orientar os Corpos de Bombeiros Militares (CBM) em todo o país de forma técnica e harmonizada, promovendo a unificação de entendimentos com base em padrões científicos de excelência.
A necessidade da Diretriz surgiu diante da evolução tecnológica do setor automotivo e dos novos riscos trazidos pelos veículos modernos. Diferentemente dos carros movidos apenas a combustão, os modelos atuais utilizam mais materiais poliméricos, fibras sintéticas, sistemas eletrônicos complexos e baterias de íons de lítio, que alteram significativamente a carga de incêndio potencial. Além disso, os subsolos mais profundos, edifícios garagem mais altos e a instalação de bases SAVE aumentam o desafio da segurança estrutural.
Outro ponto de atenção é o advento de veículos movidos a GNV, hidrogênio, eletricidade e modelos híbridos, que introduzem cenários de riscos inéditos. Casos recentes de incêndios em estacionamentos ao redor do mundo comprovaram a rápida propagação das chamas e o risco de colapso estrutural, especialmente quando há veículos elétricos envolvidos — cujo combate ao fogo exige grandes volumes de água.
De acordo com o advogado condominial Luiz Fernando Maldonado, o tema precisa estar na pauta de síndicos e administradoras de condomínios em todo o Brasil.
“A nova Diretriz é fundamental porque dá um norte técnico e científico para prevenir tragédias. Só em Ribeirão Preto, por exemplo, são mais de 5 mil condomínios que precisam estar atentos a essas normas. Estamos falando não apenas de cumprir a legislação, mas de garantir a vida dos moradores e a preservação do patrimônio coletivo”, destaca Maldonado.
Com o crescimento acelerado da frota de veículos elétricos e híbridos, a discussão ganha ainda mais relevância. A expectativa é de que a Diretriz ajude condomínios e estacionamentos comerciais a se adaptarem às novas exigências de segurança, prevenindo riscos e fortalecendo a cultura de proteção contra incêndios no país.
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